A avaliação do humor é voltada à identificação de transtornos depressivos e sintomas de ansiedade, condições comuns na população idosa e que impactam diretamente a cognição, o comportamento e a funcionalidade do paciente. É importante reconhecer esses sintomas, pois muitas vezes se apresentam de forma atípica em idosos e podem ser confundidos com outros quadros clínicos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado promovem melhora da qualidade de vida e do estado geral do idoso.

A avaliação cognitiva é fundamental na consulta geriátrica e pode ser realizada por meio de testes validados que ajudam a identificar alterações na memória, atenção, linguagem, orientação e habilidades visuo-espaciais. O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) é um dos mais utilizados e fornece uma visão geral das funções cognitivas. O Teste do Relógio complementa essa análise ao avaliar funções executivas e habilidades visuo-construtivas. Já o MoCA (Montreal Cognitive Assessment) é mais sensível para detectar déficits leves, especialmente em pacientes com maior escolaridade. Também podem ser utilizados testes de memória episódica, como listas de palavras, para avaliar retenção e evocação de informações.

A mobilidade do idoso é avaliada para identificar riscos de queda, perda de funcionalidade e sinais de fragilidade. O geriatra observa a forma como o paciente se movimenta e utiliza testes validados para medir a capacidade de locomoção com segurança e autonomia. Essa avaliação é essencial para a prevenção de acidentes, manutenção da independência funcional e planejamento de intervenções que promovam maior estabilidade e confiança na movimentação diária.

Durante a consulta, é avaliada a presença ou risco de o paciente ser considerado frágil, uma condição comum no envelhecimento e que está associada ao aumento da morbidade e mortalidade. A fragilidade se manifesta por meio da redução da reserva fisiológica e maior vulnerabilidade a eventos adversos, como quedas, infecções e hospitalizações. Identificar precocemente essa condição permite a adoção de medidas preventivas e reabilitadoras para preservar a autonomia do idoso.

A sarcopenia, caracterizada pela perda de massa e força muscular, é avaliada inicialmente com o questionário SARC-F, que investiga limitações relacionadas à força, marcha, capacidade de levantar-se de cadeiras, subir escadas e histórico de quedas. A força muscular pode ser medida com dinamômetro, sendo considerados valores abaixo de 27 kg para homens e 16 kg para mulheres como sugestivos de baixa força muscular. O desempenho físico também é analisado por testes como velocidade da marcha e o TUG (Timed Up and Go), permitindo o diagnóstico e monitoramento da sarcopenia.

O estado nutricional do idoso é avaliado por meio de instrumentos como o Mini Nutritional Assessment – Short Form (MNA-SF), que identifica se o paciente está bem nutrido, em risco de desnutrição ou já desnutrido. Além disso, são considerados dados como peso, altura, índice de massa corporal (IMC), circunferência da panturrilha e perda de massa magra, que podem ser observados ou relatados. Essas informações são fundamentais para identificar deficiências nutricionais precoces e prevenir complicações associadas à má nutrição.

O rastreamento e o manejo da osteoporose fazem parte da avaliação geriátrica, com o objetivo de prevenir fraturas de fragilidade, que são frequentes e têm consequências graves na população idosa. A detecção precoce da baixa densidade óssea e dos fatores de risco para quedas possibilita intervenções que reduzem significativamente a chance de fraturas, como modificações no estilo de vida, suplementação e uso de medicamentos específicos quando indicados.